terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Culpa é das Estrelas - John Green


Sei que estou atrasada na onda da leitura, mas esses dias vi que "A Culpa é das estrelas" permanece firme e forte no ranking dos mais lidos listados pela revista Época há 36 semanas (!!!), então acho que não faz mal eu só estar falando dele agora, né?
O caso é que, quando estava no auge e todo mundo estava lendo, eu tinha decidido não ler esse livro. Achei que me envolver com uma história sobre adolescentes com câncer iria acabar me botando deprimida e eu não estava muito inclinada a me atirar na fossa de propósito. Mas aconteceu de um dia desses eu estar esperando o namorado numa livraria e, enquanto ele não chegava, resolvi dar uma folheada no início de "A Culpa é das Estrelas", só pra tentar ter uma ideia do que era tão especial nele que estava fazendo com que se tornasse o novo livro de cabeceira de todo mundo. Só que com base nos 3 primeiros capítulos (que eu acabei lendo ali), achei que o livro não tinha essa atmosfera tão pesada quanto eu imaginava... Daí eu acabei ficando curiosa e não resisti: baixei pro kindle e li o livro todo. 

SINOPSE:
Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

Devo reconhecer que o John Green foi bastante habilidoso com esse livro. Ele conseguiu escrever um romance sobre adolescentes com câncer apaixonados sem ser um troço pesado e deprimente. Os personagens principais, Gus e  Hazel Grace (como o Gus gosta de chamá-la :) ), conseguem ser bem resolvidos com a situação e narram tudo com humor e, muitas vezes, ironia, o que torna a leitura até bastante divertida, apesar do contexto. Na realidade, o foco do livro não é a doença, mas a relação deles e como, apesar das circustâncias, eles fazem coisas que jovens normais fariam, tipo conversar sobre livros, fazer piqueniques, jogar vídeo-game, etc. Até a forma como eles se conhecem não é a mais previsível (pela sinopse, a gente pode pensar que eles estavam lá se lamuriando no grupo de apoio e um se compadeceu do outro e lalala... Mas nada disso! O primeiro contato entre eles é uma coisa muito mais descontraída e é engraçado que eles e o amigo, Isaac, que também tem câncer, vivem fazendo piadas a respeito do grupo de apoio). Pelo que eu percebi, o câncer é uma espécie de "pano de fundo", mas temos que admitir que é um pano de fundo com certa relevância, né?, na medida das consequências que ele pode ter... Os personagens secundários também dão um tempero especial na trama!

A história é realmente muito fofa e você consegue tirar umas lições bem válidas dali (principalmente no que diz respeito a manter a cabeça erguida e tocar a vida com graça apesar das adversidades). E não tem jeito, tinha que ser meio triste mesmo... Confesso que dá pra chorar em alguns momentos e ficar tocada, sim. PORÉM, continuo sem entender o mega rebuliço que se fez em torno desse livro. E, olha, eu realmente não me considero uma pessoa insensível... Sim, o amor entre o Gus e a Hazel é lindo. E, sim, a história é emocionante. Mas, sei lá, acho que já li coisas tão tocantes e profundas quanto sobre as quais não se fez tanto alarde. Acho que por tudo que foi falado, por tantas paredes rabiscadas e camisetas confeccionadas com "quotes" do livro, por tantos "Okay? Okay"'s nas mais diversas formas que eu vi por aí (até bolo de aniversário decorado com "Ok? Ok" eu vi, juro!) e por ter ficado tanto tempo no ranking (vide a primeira posição mesmo depois de 36 semanas) eu, de certa forma, esperava um pouco mais... E, apesar de ter gostado bastante, o livro não teve o efeito de me fazer ficar louca pra ler todos os outros escritos pelo John Green  (coisa que aconteceu com muita gente, pelo que eu andei vendo por aí). Talvez isso tenha relação com a faixa etária e o pessoal mais novinho, que embarcou nessa onda de leitura há pouco tempo e ainda tem uma menor bagagem literária, tenha se impressionado mais... Mas, em resumo, o livro é bom. Se tivesse que classificar, provavelmente daria de 3,5 a 4 estrelinhas pra ele. 

Pra quem também não leu até agora por falta de coragem, pode ler. Você provavelmente vai derramar umas lagriminhas aqui e ali e ficar mexida(o) quando o livro acabar e até mesmo desejar que tivesse uma continuação... Mas não acho que vá chegar ao ponto de se trancar pra chorar num quarto escuro por três dias. Só não recomendo mesmo pra quem teve alguma perda recente e corre o risco de estar mais frágil em relação a essas coisas... No mais, é um livro ao mesmo tempo divertido e bonito e que vale a leitura.

2 comentários:

  1. É maravilhoso esse livro, chorie muito no final :(
    John Green é um ótimo escritor.

    http://ihurricanestars.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O livro é bem bonitinho e emocionante, sim. E, realmente, o John Green merece seu crédito, porque afinal de contas, ele conseguiu escrever um livro sobre um tema pesado de uma maneira mais leve... :)

      Excluir