sábado, 30 de novembro de 2013

Bridget Jones - retrospectiva e lançamento recente!

Quem já era gente nos idos de 98 deve se lembrar do sucesso que fizeram os livros da Bridget Jones ("O Diário" e "No Limite da Razão"). Me arrisco a dizer que esse foi um dos precursores da "chick-lit" como conhecemos hoje em dia. A fórmula dele foi reaproveitada em vááários outros do gênero que surgiram depois - e, verdade seja dita, a fórmula é boa, né?
Logo que foi lançado, O diário de Bridget Jones conquistou uma legião de fãs e setornou a voz de toda uma geração de mulheres modernas, de trinta e poucos anos, divididas entre a esperança de encontrar o verdadeiro amor e as frustrações dessa busca. Mulheres que, como Bridget, precisam se desdobrar entre as realizações profissionais e os cômicos percalços que mancham seu currículo, entre as exaustivas demandas familiares e as farras com amigos, entre os cuidados com a silhueta e o prazer de devorar cinco barras de chocolate antes do café da manhã. Catorze anos após o último livro, Bridget Jones: No limite da razão, nossa heroína retoma seu diário abandonado e mostra que continua a mesma, e ainda mais viva - e ativa - do que nunca."
Mesmo quem não leu os livros na época em que foram lançados, provavelmente leu depois (meu caso, já que eu era novinha quando foram lançados e ainda não me interessava muito pelo tema). Ou, quem não leu at all, deve ter pelo menos visto os filmes - que são divertidíssimos, aliás! - E acredito que todo mundo familiarizado com a história deu muita risada com as trabalhadas da Bridget, xingou o idiota do Daniel e se apaixonou pelo fofo do Mark Darcy <3.

E aí, 10 anos depois, o que a autora (Helen Fielding) decidiu aprontar? Ela MATOU o lindo, fofo, maravilhoso e apaixonante Mr. Darcy! [desabafo] Como ela pôde?!?!? Como ela teve coragem de fazer isso??? Aquela VACA !!!! [/desabafo] E Bridget, na casa dos 50 anos, mãe de dois filhos - e agora viúva :( - está namorando um garotão, 20 anos mais jovem. Esse é o tema central do novo livro e, a partir daí, certamente teremos mais uma boa dose de comédia e peripécias bridgetianas.

"Louca Pelo Garoto" foi lançado pela Companhia das Letras no final do mês passado, custando cerca de R$ 34 (mas pode ser encontrado por menos em promoçõezinhas. Aliás, está por R$19,90 no Submarino nessa Black Friday!) e, sem dúvida, entrou na fila da minha listinha de leituras! Não garanto que eu consiga ler ainda esse ano (a fila tá grande), mas até o início do ano que vem sai resenha dele aqui no blog :)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Site da Saraiva com promoção "Eu AMO Ler" ! - até 31/11

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Galera, só pra repassar a informação de que o site da Saraiva está com a promoção "Eu AMO Ler" válida até dia 31/11: uma seleção de livros por até R$9,90 (a maioria está por R$7,90, na verdade) e frete grátis!

Tem bastante "auto-ajuda" e alguns títulos não tão convidativos, mas garimpando dá pra achar coisa boa! Vale a pena dar uma conferida :)

sábado, 23 de novembro de 2013

[filme] Jogos Vorazes - EM CHAMAS


 Então ontem eu finalmente consegui ir assistir ao segundo filme da série Jogos Vorazes: "Em Chamas"! \o/

Como eu já tinha comentado aqui no blog, não gostei muito do primeiro filme. Achei que muita coisa relevante foi cortada, principalmente em relação às partes mais "psicológicas" da história, e acabou ficando um filme de aventura e corre-corre, perdendo boa parte da profundidade do livro...

Porém, nesse segundo filme, acho que acertaram mais! Tudo bem que, como eu também mencionei no post sobre os livros, esse segundo é super movimentado, praticamente tem ação do início ao fim e tem um fluxo mais acelerado do que os outros dois mesmo, o que deve ter facilitado na adaptação. De qualquer forma, achei que o roteirista fez um bom trabalho :)

Johanna e Finnick
(na minha imaginação eles eram mais bonitos!)

 Na verdade, os detalhes que mais me incomodaram foram bem bobinhos, mas eu tenho que falar: Gente, a Johanna Mason e o Finnick Odair - que supostamente deveriam ser LYNDOS - eram muito mais bonitos na minha imaginação! Hahah... Não tô dizendo que sejam feios, horrorosos, enfim... Mas eu também não os classificaria exatamente como lindos. 

Achei que a Jena Malone, que fez papel de Johanna Mason, meio queixuda, com uma boca/maxilar estilo Kristen Stewart (que faz a Bella de Crepúsculo) e com um cabelo meio estranho... E ela, supostamente, não devia ter uma pele dourada e bronzeada??

Só eu notei uma semelhança??
  Já o Sam Claflin, que faz o Finnick, pelas fotos que eu vi depois no google é até bonitinho... Mas fizeram alguma coisa estranha com ele (não sei se foi maquiagem ou sei lá...), mas achei que ficou muito esquisito (vide foto acima, caracterizado) e toda vez que ele sorria, eu, por algum motivo, só conseguia lembrar do Salsicha do Scooby-Doo! 

Outra coisa que me deixou com uma sensação estranha foi o fato de que a Mags (tributo idosa do distrito 4, que se voluntaria no lugar da menina sorteada) teve um papel absolutamente silencioso. Acho que a única fala que ela tem no filme inteiro é "Sim, sim" e o resto do tempo se comunica fazendo alguns gestos sutis (tipo balançar a cabeça ou apontar para algum lugar), o que deu a impressão dela ser muda (o que, no livro, não é). 

Mas, no fim das contas, achei o filme muito bom e muito mais fiel ao livro do que o primeiro. Recomendo!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Culpa é das Estrelas - John Green


Sei que estou atrasada na onda da leitura, mas esses dias vi que "A Culpa é das estrelas" permanece firme e forte no ranking dos mais lidos listados pela revista Época há 36 semanas (!!!), então acho que não faz mal eu só estar falando dele agora, né?
O caso é que, quando estava no auge e todo mundo estava lendo, eu tinha decidido não ler esse livro. Achei que me envolver com uma história sobre adolescentes com câncer iria acabar me botando deprimida e eu não estava muito inclinada a me atirar na fossa de propósito. Mas aconteceu de um dia desses eu estar esperando o namorado numa livraria e, enquanto ele não chegava, resolvi dar uma folheada no início de "A Culpa é das Estrelas", só pra tentar ter uma ideia do que era tão especial nele que estava fazendo com que se tornasse o novo livro de cabeceira de todo mundo. Só que com base nos 3 primeiros capítulos (que eu acabei lendo ali), achei que o livro não tinha essa atmosfera tão pesada quanto eu imaginava... Daí eu acabei ficando curiosa e não resisti: baixei pro kindle e li o livro todo. 

SINOPSE:
Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

Devo reconhecer que o John Green foi bastante habilidoso com esse livro. Ele conseguiu escrever um romance sobre adolescentes com câncer apaixonados sem ser um troço pesado e deprimente. Os personagens principais, Gus e  Hazel Grace (como o Gus gosta de chamá-la :) ), conseguem ser bem resolvidos com a situação e narram tudo com humor e, muitas vezes, ironia, o que torna a leitura até bastante divertida, apesar do contexto. Na realidade, o foco do livro não é a doença, mas a relação deles e como, apesar das circustâncias, eles fazem coisas que jovens normais fariam, tipo conversar sobre livros, fazer piqueniques, jogar vídeo-game, etc. Até a forma como eles se conhecem não é a mais previsível (pela sinopse, a gente pode pensar que eles estavam lá se lamuriando no grupo de apoio e um se compadeceu do outro e lalala... Mas nada disso! O primeiro contato entre eles é uma coisa muito mais descontraída e é engraçado que eles e o amigo, Isaac, que também tem câncer, vivem fazendo piadas a respeito do grupo de apoio). Pelo que eu percebi, o câncer é uma espécie de "pano de fundo", mas temos que admitir que é um pano de fundo com certa relevância, né?, na medida das consequências que ele pode ter... Os personagens secundários também dão um tempero especial na trama!

A história é realmente muito fofa e você consegue tirar umas lições bem válidas dali (principalmente no que diz respeito a manter a cabeça erguida e tocar a vida com graça apesar das adversidades). E não tem jeito, tinha que ser meio triste mesmo... Confesso que dá pra chorar em alguns momentos e ficar tocada, sim. PORÉM, continuo sem entender o mega rebuliço que se fez em torno desse livro. E, olha, eu realmente não me considero uma pessoa insensível... Sim, o amor entre o Gus e a Hazel é lindo. E, sim, a história é emocionante. Mas, sei lá, acho que já li coisas tão tocantes e profundas quanto sobre as quais não se fez tanto alarde. Acho que por tudo que foi falado, por tantas paredes rabiscadas e camisetas confeccionadas com "quotes" do livro, por tantos "Okay? Okay"'s nas mais diversas formas que eu vi por aí (até bolo de aniversário decorado com "Ok? Ok" eu vi, juro!) e por ter ficado tanto tempo no ranking (vide a primeira posição mesmo depois de 36 semanas) eu, de certa forma, esperava um pouco mais... E, apesar de ter gostado bastante, o livro não teve o efeito de me fazer ficar louca pra ler todos os outros escritos pelo John Green  (coisa que aconteceu com muita gente, pelo que eu andei vendo por aí). Talvez isso tenha relação com a faixa etária e o pessoal mais novinho, que embarcou nessa onda de leitura há pouco tempo e ainda tem uma menor bagagem literária, tenha se impressionado mais... Mas, em resumo, o livro é bom. Se tivesse que classificar, provavelmente daria de 3,5 a 4 estrelinhas pra ele. 

Pra quem também não leu até agora por falta de coragem, pode ler. Você provavelmente vai derramar umas lagriminhas aqui e ali e ficar mexida(o) quando o livro acabar e até mesmo desejar que tivesse uma continuação... Mas não acho que vá chegar ao ponto de se trancar pra chorar num quarto escuro por três dias. Só não recomendo mesmo pra quem teve alguma perda recente e corre o risco de estar mais frágil em relação a essas coisas... No mais, é um livro ao mesmo tempo divertido e bonito e que vale a leitura.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Remember Me? / Lembra de Mim? - Sophie Kinsella


Há algum tempo eu topei com a versão pocket desse livro na Saraiva e já gostei logo de cara! Antes das primeiras 10 páginas eu já fiquei com vontade de ler ele todinho... Mas na ocasião acabei não comprando, numa outra oportunidade quase comprei mas também não rolou... Até que agora eu, finalmente, tive acesso ao bonitinho :) (na verdade, fiz um downloadzinho amigo e joguei no Kindle - ah!! Não tinha contado pra vocês que eu ganhei um Kindle, né?? Pois é!!! Em breve faço um post falando sobre ele por aqui!)

SINOPSE:
Quando Lexi Smart, aos vinte o oito anos de idade, acorda em um hospital em Londres, ela está prestes a ter uma grande surpresa. Seus dentes são perfeitos. Seu corpo é sarado. Sua bolsa é Louis Vuitton. Tendo sobrevivido a um acidente de carro - em nada menos que um Mercedes - Lexi perdeu um grande naco de sua memória: três anos, para ser exata. E ela está prestes a descobrir o quanto
as coisas mudaram.
De alguma maneira, Lexi passou de uma garota trabalhadora de vinte e cinco anos de idade, a uma  importante empresária, morando em um loft luxuoso, com uma assistente pessoal, uma dieta livre de carboidratos e um grupo de novos amigos glamurosos. E quem é este marido deslumbrante - que por acaso é também multimilionário?
 Com sua mente ainda presa três anos no passado, Lexi sauda esse vistoso novo mundo determinada a ser a pessoa que ela... Bem, parece ser. Isso até que alguém de seu novo círculo de conhecimentos lança a maior bomba de todas.
De repente, Lexi está lutando para recuperar seu equilíbrio. Sua nova vida, ao que parece, é cheia de segredos, esquemas e intrigas. Como foi que isso tudo aconteceu? Ela algum dia irá lembrar? E, se lembrar, o que vai acontecer?
Com o mesmo humor perverso e o delicioso charme que renderam a ela milhões de fãs devotados, Sophie Kinsella, autora do bestseller "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" retorna com um irresistível novo romance e uma nova heroína que se encontra em uma mudança de vida e uma situação absolutamente hilariante.

Minha opinião sobre o livro:

A M E I. Sem tirar nem por. Livro MARAVILHOSO, uma das melhores "chick lits" que eu me lembro de ter lido! Juro!! O que acontece é o seguinte: No prólogo, você tem a impressão de que vai ser uma "literatura mulherzinha" como outra qualquer (embora já fique claro que vai ser altamente divertida, vamos ressaltar!). Mas a coisa toda da amnésia da personagem principal logo no primeiro capítulo já dá um toque especial na história, saindo do lugar comum. Além disso, ele já começa diferente. Não é a mocinha vivendo adversidades que conhece o homem perfeito, surge um clima e no final eles vivem felizes para sempre. Nesse aqui, ela já começa casada com o suposto "príncipe encantado"! Mas, ao mesmo tempo, tem todos aqueles ingredientes típicos de "chick lit" que a gente adora: personagem principal atrapalhada e meio doidinha, amigas divertidas e romance. Somado a uma dose de intriga e tal...

A história começa num dia especialmente ruim (sabe, daqueles em que Murphy te agarra e não solta mais??): Lexi, com seu cabelo cheio de frizz e dentes desalinhados, não tinha recebido o bônus que esperava no trabalho (e que todos os outros colegas receberam) pelo simples fato de faltar apenas uma semana para completar um ano no cargo; levou um tremendo chá de cadeira do namorado que é um porcaria (no original, ela o chama de "Loser Dave" - "Dave Perdedor" - não sei como ficou a tradução) e, depois de sair de uma boate com as amigas, usando um sapato apertado, está na chuva tentando conseguir um táxi quando acaba escorregando e batendo com a cabeça... Ao acordar no hospital, descobre que está lá por conta de um segundo acidente (dessa vez, dirigindo seu Mercedez, que ela nem se lembra de algum dia ter possuído - aliás, ela nem se lembra de ter aprendido a dirigir!) e que, com a pancada, esqueceu de tudo em relação aos últimos 3 ANOS de sua vida! Eis que surge um marido estilo moreno-alto-bonito-e-sensual - ainda por cima RYCO! - que a leva pra seu loft chiquééérrimooo, estilo casa-inteligente (sabe, tudo na base do controle remoto e tal?), onde existe um closet inteirinho só dela, cheio de roupas de grife, sapatos caros e maquiagens Dior. E, além disso, ela fica sabendo que agora ocupa um cargo de chefia na empresa em que antes trabalhava como "assistente de vendas junior".

Daí a moça passa a achar que aterrissou na vida dos sonhos e se pergunta como teria conseguido aquilo tudo. Ela chega a comentar que deve ter sido Ghandi numa vida passada pra merecer receber isso tudo de bandeja agora! Mas conforme está tentando se adaptar à sua nova vida, ela começa a perceber que não encontra sua personalidade ali... E que a verdadeira Lexi parece ter se perdido em algum lugar do caminho. E com uma informação bombástica que ela recebe de alguém que teria conhecido em algum momento desses 3 anos dos quais ela esqueceu, mas que no momento é, pra ela, um completo estranho (deu pra entender?), Lexi fica ainda mais confusa... E a gente mergulha junto nessa tentativa de descobrir quem ela realmente é, o que aconteceu, como ela se tornou essa pessoa e qual é a verdade dos fatos. Claro que tudo isso salpicado de comédia e diversão!!

O livro rende umas boas risadas e a leitura flui SUPER bem. É do tipo que você não quer parar de ler, não consegue desgrudar... Eu devorei as quase 400 páginas em menos de uma semana. O final não é exatamente o mais surpreendente da vida, depois que você já passou da metade do livro, mas é EXTREMAMENTE FOFO! Me apaixonei pelos personagens, sem falar que a Lexi é o tipo de pessoa de quem eu super gostaria de ser amiga! Enfim... Curti muito o livro. Não sei porque parece que aqui no Brasil não emplacou muito, não teve tanta divulgação quanto a saga "Becky Bloom" e tal (lembrando que é da mesma autora). E, mesmo só tendo visto o filme deste, me arrisco a apostar uma bala juquinha que o "Remember Me" é melhor que "Delírios de Consumo de Becky Bloom". Aliás e acho, inclusive, que ele SUPERRRRR MERECIA VIRAR FILME!!!!

sábado, 2 de novembro de 2013

Preconceitos Literários

Já faz um tempinho, a Tati Feltrin lançou uma polêmica através do blog e do canal no YouTube: Os preconceitos literários. Na verdade ela questionou a ideia (sugerida por alguém num vídeo de outro canal) de que é preciso ter "cacife" pra falar de literatura - ou certos tipos de literatura (no caso, em questão, a pessoa se referia especificamente ao "Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo"). Eu gostaria de ter assistido o vídeo original, mas como a pessoa não autorizou a divulgação, a Tati acabou não mencionando quem foi a autora de tal pérola... Enfim. A questão do cacife ja foi largamente (e brilhantemente) discutida pela própria Tatiana aqui e por varias outras pessoas. Vocês podem, inclusive, dar uma olhada nos vídeos-resposta e/ou relacionados pra ver outras pessoas criticando essa ideia estranha.

Mas o que eu queria falar aqui é um pouquinho diferente. É sobre essas pessoas que acham que literatura moderna é lixo; que apenas os clássicos são bons de verdade, de modo que se recusam a "perder horas preciosas" de suas vidas lendo best-sellers atuais. Só que se esquecem (ou talvez nunca tenham sabido, por na verdade não serem assim tãããooo cultas quanto gostam de pregar - ou de acreditar) que muitos dos livros que figuram nas listas de "grandes clássicos" atualmente, foram, ne época de seus lançamentos, best-sellers! * (há! agora durmam com esse barulho!).

Não é que eu seja uma levantadora da bandeira de que "só porque é velho é chato/ruim", não... Sei bem dar aos clássicos seu devido valor. Mas, convenhamos, essa visão meio Frankfurtiana (nesse link tem uma explicação bacaninha sobre o que foi a Escola de Frankfurt e a Industria Cultural) de que tudo que é cultura de massa é ruim e só o que é erudito é bom já tá meio batida, né? Eu, sinceramente, não concordo com ideias no sentido de que só porque é best-seller não pode set edificante. E também não acho que quem lê apenas Kafka, Machado de Assis, Proust e Clarice Lispector seja necessariamente um ser humano melhor do que alguém que curte "literatura pipoca" (ouvi essa expressão da Clara, do "Capitu já leu?" e achei sensacional: é aquela coisa que "não tem nutrientes, mas é gostoso e enche a barriga"). Na minha opinião, julgar uma pessoa por aquilo que ela lê (ou deixa de ler) é uma das coisas mais bestas que se pode fazer... Sei lá, mas, pra mim, quem é culto/erudito/intelectual de espírito, não se importa com essas bobagens de "rótulos". Essa pessoa vai ler o que ela tem vontade, sem se importar com o que os outros vão pensar se souberem que ela leu - por exemplo - "Crepúsculo" e, principalmente, sem se importar com o que O OUTRO está lendo! Porque se você quer restringir seu conteúdo literário a determinados estilos, épocas e autores, isso é com você (tem gente que não curte mesmo, ué... e tem todo o direito de fazer essas escolhas com base no seu gosto pessoal)... Agora, querer determinar o que as outras pessoas devem ou não ler...? Socorro!!!
#IndexLibrorumProhibitorumfeelings
E, me desculpem se estiver enganada... Mas eu acho que, lá no fundo, essas pessoas que perdem tempo criticando as escolhas literárias alheias fazem isso como uma forma de recalcar sua própria vontade de ler uma bobagem ou outra de vez em quando. - Mas não pode, porque fica feio, né?! Imagina uma pessoa culta como você, um verdadeiro intelectual, sendo visto lendo "Harry Potter"?! Acaba com a sua imagem... (sóquenão). E pior ainda é quando esses "inquisidores" de fato conseguem fazer com que alguém deixe de ler alguma coisa por pura vergonha de ser visto com um livro "pouco nobre" nas mãos. Acho isso muito triste, de verdade. Enfim... trocando em miúdos, esse negócio de querer regular se o que os outros lêem é "digno" ou "indigno", pra mim, é coisa de quem não se garante quanto à própria erudição. #prontofalei
Então, gente, vamos pensar nisso... Vamos deixar cada um escolher o que quer ler, sem julgamentos, sem preconceitos... Porque preconceito, seja ele de que espécie for - inclusive o literário - é algo nocivo e que deve ser combatido...

E vamos abrir nossas cacholas também?? Que tal?? É aquela velha história: como você pode dizer que não gosta e rejeitar algo que nunca experimentou? Então, se você é do tipo de pessoa que só lê grandes clássicos de grandes autores (que em sua maioria já morreu), dá uma chance pra um best-sellerzinho de autor novo. E faça isso esperando, pura e simplesmente, se entreter. Seu cérebro não vai derreter por conta disso, juro! E aqueles que tem preconceitos contra os clássicos (porque a gente bem sabe que também existe esse outro lado da moeda, né?), deem uma chance também... Eu acho que muitas vezes o que acontece é que somos obrigados a ler, na escola, obras para as quais ainda não estamos preparados, para as quais ainda não temos maturidade intelectual... E isso pode mesmo acabar criando uma aversão em certas pessoas. No meu caso, por exemplo: tive que ler Dom Casmurro e O Alienista por volta dos 13 anos. Acho cedo... Na época achei tudo um saco, mas pegando pra ler agora, provavelmente já veria com outros olhos (só não tomei coragem pra pegar de novo, até hoje, esses dois especificamente porque ainda estou me curando do trauma, haha!).

No fim das contas, a questão é superar a barreira do preconceito e dar uma chance pro que é diferente daquilo que você está acostumado, que está fora da sua zona de conforto... Como dizia uma professora de literatura que eu tive, "saiam desse mundo da almofada cor-de-rosa"! ;) Vamos ler e deixar ser lido tudo aquilo que trouxer algum prazer pra quem escolher o livro (afinal, a leitura não-técnica/não-acadêmica não é mesmo pra isso? pra dar prazer a quem lê?), mas sem ter medo de experimentar o diferente... Porque vai que você descobre que gosta? :D Pronto, abriu seus horizontes, tem mais um gênero pra acrescentar à sua prateleira e, com isso, mais um milhão de possibilidades de novas leituras, de novos livros... Pra não ficar sempre lendo mais do mesmo apenas por falta de opção. Agora, se você já experimentou e nao gostou, ah, vai ser feliz lendo o que gosta e deixa os outros lerem o que eles gostam em paz também! ;)

* Também sobre os clássicos e como muitas vezes estes se tornaram clássicos, vale a pena dar uma olhada nesse vídeo da Vevs Valadares.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Jogos Vorazes (trilogia) - Suzanne Colins

Antes de começar a falar da trilogia em si, acho válido fazer um esclarecimento: Eu nunca tinha lido #prontofalei Sei lá, nunca tinha me interessado muito porque eu não sou uma entusiasta de ficção científica e achava que as distopias estariam recheadas disso e mais um punhado de pessimismo (porque, né, estamos falando aqui de sociedades pós-apocalípticas!), enfim... Não me atraía. Some-se a isso o fato de que quando eu vi o trailer do filme "Jogos Vorazes" no cinema, achei com cara de ser uma história bem bobona... Daí decidi que não tinha vontade de ver o filme e menos ainda de ler o livro. Então eu simplesmente esqueci que essa trama existia e segui minha vida alegremente, até o dia em que vi uma amiga minha lendo, comentei que tinha visto o trailer e achado super desinteressante e ela simplesmente começou a fazer a maior propaganda positiva! Disse que o trailer realmente não transmitia a essência da história, mas que o livro era maravilhoso e ao mesmo tempo perturbador, que ela chegava a ter pesadelos relacionados à história (obs: aqui eu acho que foi um pouco de exagero... Talvez se deva ao fato de ela ser uma menina bastante sensível, mas as pessoas em geral provavelmente não vão ter pesadelos com a arena, o Presidente Snow ou coisas do tipo), que se emocionava e lalala... Confesso que eu cheguei a ficar balançada, mas mesmo assim não me empolguei loucamente pra ler. Até que, com toda essa propaganda, ela conseguiu fazer mas 2 amigas minhas lerem e ambas também se apaixonaram loucamente e engrossaram o coro pra me convencer a ler. Acabei me rendendo e pegando o 1º livro emprestado, decidi dar uma chance, enfim... Na metade da história eu já estava no site da Saraiva comprando o box com a trilogia completa (com 10% de descondo e ainda ganhei um botton do tordo de brinde! - adoro!) :)
uma distopia até o ano passado. A verdade é que rolava um certo preconceitinho da minha parte em relação a esse gênero literário...
Isto posto, vamos ao que interessa:


 SINOPSE
 A história se passa em uma nação chamada Panem, fundada após o fim da América do Norte. Formada por 12 distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital, sede do governo. Uma das formas com que demonstra seu poder sobre o resto do carente país é com os 'Jogos Vorazes', uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de 12 a 18 anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte. Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido Distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos 'Jogos Vorazes'?

Eu simplesmente me empolguei logo de cara com o primeiro livro ("Jogos Vorazes"). Ele é o início
dessa trilogia que definitivamente prende o interesse do leitor, é inteligente, movimentada, instigante... E são os típicos livros que te fazem ficar acordada até tarde, querendo chegar ao próximo parágrafo, à próxima página e ao próximo capítulo, querendo saber o que acontece depois... e agora? e agora...! Sabe como?? E esse primeiro livro conseguiu conquistar meu coraçãozinho rapidamente e entrar pro ranking dos meus livros favoritos.

Uma observação é que na ficha catalográfica dos livros consta a categoria "infanto-juvenil", mas confesso que tenho minhas dúvidas quanto a isso, viu... Tudo bem que a parte do romance é muito águinha com açúcar mesmo. Tipo... Muito MESMO (vamos enfatizar bem isso: a parte do romance - ao londo de toda a trilogia - é beeem fraca). Acho que é a única parte que eu mudaria no livro, porque achei bem bobinho e até meio forçado mesmo, enfim... Mas não torna o livro ruim, nem de longe. A questão é que, se a gente pensar bem, não sei se o público "infanto" se ligaria muito nas críticas políticas e sociais que são abordadas no livro...
Mas, aliás, esse é outro ponto que gostei bastante: a autora consegue colocar questões políticas de uma forma forte e, ao mesmo tempo, sutil. Quer dizer, os personagens são bastante revoltados e rola uma bela crítica social e política ali (a Capital - lar dos ricos e poderosos - subjugando os demais distritos miseráveis através de um governo ditatorial, toda uma nação parando suas vidas pra assistir a um reality show onde crianças e adolescentes são jogados num ambiente inóspito para lutar até a morte, etc), mas a Suzanne Collins conseguiu fazer isso sem forçar uma determinada visão política como sendo A CORRETA, sabe? Ao longo da trilogia, a gente vê críticas tanto a regimes de extrema direita (Capital), quanto de extrema esquerda (que vemos no 3º livro). Na verdade, a crítica principal é em relação aos governos com um cunho ditatorial ou anti-democrático - críticas estas que eu acho totalmente válidas. (concordam?)

Uma coisa que eu senti em relação ao segundo livro ("Em Chamas"), é que acho que dá pra dizer que ele é um livro mais de transição... Pode soar estranho o que eu vou falar agora, mas eu achei este o livro mais movimentado e, ao mesmo tempo, o livro em que acontece menos coisa de fato, sabe? Quer dizer, é um livro frenético, cheio de ação o tempo todo, mas boa parte dele narra acontecimentos que não vão influenciar diretamente no enredo ou que o leitor não precisa gastar um tempo pra digerir e assimilar. É mais pá-pum-pow!, sabe? Tanto que a leitura flui muito rápido (terminei em menos de 3 dias, sendo que ele ainda tem algumas (poucas, mas tem) páginas a mais do que o primeiro, que eu li em aproximadamente 1 semana). Mas é o típico livro que te deixa curiosa pra saber o que vem a seguir. 

Outra coisa interessante é que rola um efeito parecido com o que aconteceu ao longo da saga "Harry Potter": conforme a personagem vai envelhecendo e amadurecendo (ou ficando mais "escaldada" devido a todos os percalços pelos quais ela passa), os livros vão se tornando mais densos. O terceiro ("A Esperança") chega a ser até pesado e eu não o classificaria como "infanto-juvenil" de forma alguma. Neste momento, uma rebelião foi deflagrada e a nação está em guerra, ou seja, cenas bem fortes vem por aí.
Agora, conforme o fim da saga se aproxima, vão acontecendo coisas que te deixam atordoado. Por exemplo, algo que acontece com a Prim (irmãzinha da Katniss, aquela pela qual ela se oferece pra substituir nos Jogos Vorazes) bem no final. Eu demorei pra assimilar. Já tinha passado por aquele pedaço e aí uma ou duas páginas adiante foi tipo "Epa, peraí... Eu perdi alguma coisa?". E foi só quando voltei e reli aquele pedaço que caiu a ficha do que tinha ocorrido de fato. Mas na primeira vez que você lê, chega a ficar na dúvida se aquilo está acontecendo de verdade ou se é um devaneio ou algo do tipo...

Quanto ao final da trilogia, é até meio difícil de falar. No fim das contas, você acaba descobrindo que nem tudo era exatamente o que parecia, etc e tal... Mas quando eu terminei de ler o prólogo é que foi o choque, tipo "Cara... Mas como assim?? Acabou? E é desse jeito mesmo??". Não era o final que eu esperava e tenho que confessar que até me decepcionou um pouquinho... A impressão que me deu é que nem a própria autora sabia como encerrar a trama depois de todo aquele imbróglio e que não queria fazer uma saga de livros longa como um Harry Potter da vida, estava decidida a fechar no livro 3. E aí, sei lá... Deu um jeito de encerrar de repente, fazer umas prospecções futuras e deixar alguma coisa em aberto pro leitor imaginar como preferir. Mas, sei lá, pra mim ficou aberto demais e meio jogado, até... Mas, de toda forma, a trilogia toda tem muitos pontos positivos e não é um final esquisito que faz deixar de valer a pena.

Pena que o filme seja fraquinho mesmo. Decidi assistir depois de ler o livro e concluí que não teria perdido muita coisa não assistindo. Eles tentaram condensar e adaptar a história e, com isso,
acabaram cortando e modificando coisas que tinham um papel importante pra tornar a história tão interessante. Só o fato de no livro você saber tudo o que a Katniss está sentindo e pensando - e no filme, não - já faz uma  diferença. Acabou virando um filminho de ação infanto-juvenil (eu não vi "Crônicas de Nárnia", mas imagino que seja o mesmo gênero), correria pra lá e pra cá, flechas sendo lançadas, tudo meio confuso...

Mas, resumindo: se você nunca leu uma distopia, não tenha medo de começar com essa. Pelo menos, pra mim, serviu pra quebrar o preconceito e me fez abrir os horizontes e dar chances a um gênero que antes eu desprezava. Depois de ler a trilogia Jogos Vorazes, me empolguei fiquei com vontade de ler outros livros do mesmo tipo. Se você já gostava de distopias antes, acho que também pode gostar dessa. E se você viu o filme antes e se desanimou, vale muito a pena dar uma chance pro livro (que, vamos combinar, costuma ser melhor do que o filme em 99% das vezes, vai?).

Então é isso, gente. Sintam-se à vontade pra comentar concordando, discordando, questionando, enfim... Me digam o que acharam que agora tô curiosa pra saber a opinião de outras pessoas!

* Originalmente postado em 12/02/13 *