quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Destino - Ally Condie

Já fazia um bom tempo desde o meu primeiro contato com esse livro. Na verdade, se não me engano foi até na época em que ele foi lançado e estava exposto naquelas prateleiras da frente de uma livraria, sabe... Eu peguei pra folhear e acabei lendo todo o primeiro capítulo ali mesmo, em pé e tal... Na época eu até pensei em comprar, mas aí, sei lá... Acabei não comprando. Acho que foi, em parte, pelo meu então preconceito em relação a distopias... Um tempo depois, acabei encontrando em pdf na internet, baixei pensando em dar uma chance, mas fiquei com preguiça de ler no computador e ele acabou ficando encostadinho... Até que ganhei o Kindle, esse lindo!, e minha vida mudou! o inaugurei com esse e-book :)

Segue a SINOPSE:

"Em "Destino", primeiro livro de uma trilogia, a protagonista Cassia tem absoluta confiança nas escolhas que a Sociedade lhe reserva. Ter o futuro definido pelo sistema é um preço aparentemente pequeno a se pagar por uma vida tranquila e saudável e pela escolha do companheiro perfeito para formar uma família. Como a maioria das meninas, aos 17 anos, ela já está pronta para conhecer seu
*
Par. Após o anúncio oficial, a menina sente-se mais segura do que nunca. Romântica, sonhava há anos com o momento do Banquete do Par, a cerimônia em que a Sociedade aponta aos jovens com quem irão casar. Quando surge numa tela o rosto de seu amigo mais querido, Xander - bonito, inteligente, atencioso, íntimo dela há tantos anos -, tudo parece bom demais para ser verdade.
Na cerimônia, Cassia recebe um microcartão onde estão armazenadas todas as informações que precisa saber sobre seu futuro marido. Mas ao inseri-lo no terminal de sua casa, tem uma grande surpresa: a tela se apaga, volta a se acender por um instante, revelando um outro rosto, e se apaga de novo. É Ky Markham, um antigo vizinho, quem ela vê. Neste instante, o mundo de certezas absolutas que conhecia parece se desfazer debaixo de seus pés. Agora, Cassia vê a Sociedade com novos olhos e é tomada por um inédito desejo de escolher. Escolher entre Xander e o sensível Ky, entre a segurança e o risco, entre a perfeição e a paixão.
A partir deste momento, a autora cria um clima de angústia e expectativa em função da culpa que a adolescente sente por estar se desviando do que a Sociedade espera. Ao contrário de outras obras de ficção científica, o livro não é centrado em cenas de ação. 'O universo de Destino foi inspirado em uma série de pequenas experiências ao longo de minha vida. Coisas aparentemente simples, mas que me marcaram de forma profunda, como aquela conversa com meu marido sobre o futuro e o meu baile de formatura. E outras coisas ainda mais genéricas, como a sensação de se apaixonar ou ter o primeiro filho. Acho que o meu livro é diferente das obras do mesmo gênero exatamente por estar centrado em questões mais introspectivas'."

Achei essa sinopse bem completa, dá uma boa ideia geral do que é o livro mesmo. E esse último parágrafo, especialmente, resume bastante da minha opinião: se você espera momentos de ação e aventura, não é exatamente isso que vai encontrar nesse livro. Pelo menos, não neste primeiro volume da trilogia (não li os outros dois). Mas a parte da crítica social é colocada de uma maneira bem interessante. O livro ganha pontos aí. A autora coloca essa sociedade futura como uma distopia meio utópica ou uma utopia meio distópica... Porque a questão é que a Sociedade tem um controle praticamente total sob as pessoas que, em troca da liberdade de fazer escolhas, tem uma vida "perfeita", quase uma releitura de Stepford... Assim, alegando que é "para o bem geral", é a Sociedade (essa entidade, com letra maiúscula mesmo) que determina categoricamente desde o que cada cidadão vai comer e vestir, passando pela sua profissão, e até com quem cada um irá se casar, com base em maiores probabilidades de sucesso e melhores combinações genéticas (e essa parte da genética é encarada como sendo o máximo, porque reduz drasticamente o número de doenças hereditárias, claro, e gera descendentes fortes, saudáveis, inteligentes... Enfim, os melhores possíveis!). E as pessoas não questionam isso! Elas realmente aceitam como sendo algo bom pra elas e ainda enxergam como uma vantagem o fato de que não precisam nem se dar ao trabalho de entrar em crises existenciais na hora de escolher uma carreira ou um marido, porque a escolha ideal, com base nas estatísticas, será feita para elas.
Já a parte do romance me incomodou um pouco em alguns aspectos... Não sei se tem a ver com o fato de eu estar ficando "véia", se é uma coisa de maturidade emocional... Só sei que ultimamente eu tenho notado que estou mais exigente e menos tolerante com ideias românticas meio inverossímeis que a gente encontra em alguns livros. E esse me incomodou um pouquinho nesse aspecto, sabe, com essa coisa toda da Cassia se apaixonar instantaneamente por um menino em quem ela nunca reparou antes só porque a foto dele piscou na tela do computador no momento em que ela inseriu o microchip que deveria mostrar a foto do "Par" dela. E a forma como, a partir desse momento, ela meio que esquecer de todos os anos de cumplicidade e carinho ao lado do "Par oficial" - que antes era o melhor amigo dela, tipo bff, tá? - e não faz nem uma pequena tentativa de não ficar fantasiando sobre o menino novo.  Ela entra de cabeça mesmo, só porque "mandaram olhar" e mimimi (isso me irritou um bocado). E umas outras coisas que acontecem mais pro fim do livro, que se eu comentar aqui vai ser spoiler, mas enfim... Seguindo essa minha linha de raciocínio, quem já leu ou for ler provavelmente vai entender do que eu to falando...
Sendo bem sincera, pelo que eu li nesse primeiro volume, meio que já dá pra imaginar como vai terminar, então ainda não tenho certeza se vou ler os outros dois livros da trilogia... Talvez quando sair o e-book eu acabe lendo porque geralmente fico curiosa mas, nesse caso, acho que seria uma curiosidade mais em relação a como a autora vai desenvolver a história até chegar onde eu acho que ela previsivelmente vai chegar... Pelo andar da carruagem, imagino que os próximos livros tenham mais cenas de ação.
O saldo total é o seguinte: A forma como ela aborda as questões sociais e políticas é bem interessante MESMO, mas não sei se o "entorno" disso foi tão bem explorado quanto poderia. No geral, é um livrinho bom pra passar o tempo e vale a leitura pela parte que é boa. E é meio auto-contido, até... Quer dizer, por mais que a gente saiba que existem 2 outros volumes, dá pra ler só esse e se satisfazer com isso, porque a resolução da questão fica meio que clara, não ficam muitas pontas soltas penduradas. Acho, também, que o público alvo ideal é mais jovem do que o de "Jogos Vorazes", então provavelmente a leitura vai ser melhor aproveitada pela galera na faixa dos 15/16 anos.  :)

* Originalmente postado em 28/04/2013 *

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