sábado, 18 de janeiro de 2014

O Projeto Rosie - Graeme Simsion

A primeira coisa que me chamou atenção nesse livro foi, sem dúvida, a capa – super fofa!* Passa uma vibe de uma história leve, divertida, descontraída... E o texto da quarta capa, muito bem elaborado, me conquistou. Daí, aproveitando uma promoçãozinha do submarino, acabei comprando o livro.

Sinopse:

Perto de completar 40 anos, o peculiar professor de genética Don Tillman havia desistido do amor. Para acompanhar sua rotina severamente cronometrada, com esquema de refeições padronizadas, um cronograma para a execução de cada compromisso e lidar com sua falta de habilidade social, só mesmo a mulher perfeita. E ele já sabe como encontrá-la. Ou pelo menos acha que sabe. Ele desenvolve o projeto Esposa Perfeita, um questionário meticuloso que irá ajudá-lo a selecionar candidatas adequadas a seu estilo de vida, mas quando Don conhece a jovem Rosie ele descobre que nem tudo na vida pode ser programado... E que o amor pode, de repente, vir a seu encontro.


Então, o personagem principal, Don Tillman, é um cientista e professor de genética de alto nível numa universidade renomada da Austrália, mas é cheio de manias e esquisitices. Ele não é simplesmente metódico, ele chega a ultrapassar o limite do que seria aceitável como algo normal e beira a maluquice. Logo no início do livro a gente já consegue perceber que tem alguma coisa estranha com ele. Pra mim, ou ele tinha síndrome de Asperger (uma espécie mais branda de autismo, você pode ver mais sobre isso aqui) ou algum tipo de esquizoidia (sobre as características  de um indivíduo esquizoide aqui). Na real, me lembrou MUITO o Sheldon, do Big Bang Theory! E, com isso, é claro que ele comete um trozilhão de gafes sociais! Além de ser bizarramente metódico (no nível de comer exatamente uma mesma refeição a cada dia da semana, e seguir precisamente a programação e horários mega rígidos que tem anotados em uma lousa em casa), ele erra o dress code e não se veste apropriadamente conforme a ocasião, ele não entende sutilezas nem ironias, ele tem dificuldade para compreender os sentimentos de terceiros... Enfim, ele é todo enrolado quando se trata de relações interpessoais.

E um belo dia, ele percebe que já está se aproximando dos 40 anos e tal, e conclui que está chegando a hora de se casar... Só que, depois de alguns fracassos tentando conhecer alguém através dos métodos “normais”, Don fica boladão e decide resolver o problema do jeito mais eficiente (segundo ele): listando as características que ele requer numa esposa e bolando um questionário pra filtrar as pretendentes. É nesse momento que a Rosie – que praticamente contraria todos os itens da lista de qualidades do Don -  aparece de um jeito meio abrupto na vida dele e os dois acabam se engajando numa busca pelo pai biológico da moça, coletando e testando secretamente o DNA de diversos possíveis genitores. E, nesse contato com a Rosie, que é seu extremo oposto, o Don vai tendo vários “choques de realidade”...

Não posso contar mais sem dar spoiler, mas posso dizer o seguinte: é uma leitura levinha e que flui bem rápido, e é agradável pra passar o tempo, mas eu achei que o potencial da trama não foi explorado como poderia. Em alguns momentos, tive a impressão de que o autor deu uma corrida com a história, e certas coisas acabam parecendo um pouco apressadas. Também não é TÃO engraçado quanto eu esperava, mas não deixa de ser um livrinho divertido.

E aí tem um detalhe: No final do livro, na parte de “agradecimentos” o autor explica que a história foi inicialmente desenvolvida numa oficina de redação/curso para autores de uma Universidade X (no momento não lembro exatamente qual, mais tarde checo direitinho no livro e atualizo) e depois foi super mexida, ao longo de 2 anos, chegando a ser passada pra formato de roteiro de filme antes de finalmente se concretizar nesse livro que foi publicado. E aí - pode ser preconceito meu, mas acho que quando uma boa história já vem pronta do início, ela tem mais chances de sucesso do que quando é muito mexida e muita gente dá pitaco, porque eu acho que, com isso, ela corre o risco de acabar se afastando um pouco da essência original. Mas essa é só a minha humilde opinião, enfim...
No geral, eu não diria que é um livro ótimo, mas também não é ruim. É bonitinho, divertidinho, bonzinho. Se tivesse que classificar, daria 3 estrelas pra ele. 

 

* PS: Procurando uma imagem de capa pra colocar aqui, acabei esbarrando por acaso nessa aí do lado que não consegui confirmar a nacionalidade (se é a original, australiana, ou a americana...), Mas olha como também ficou uma lindezinha :) 

3 comentários:

  1. Adorei sua resenha! E esse Don todo metódico me lembrou o Fogg de A Volta ao Mundo em 80 Dias que é bem assim. Fiquei com vontade de ler, mesmo com essa coisa louca de achar pai biológico coletando DNA secretamente. haha

    Beijos, Mari.
    papersblood.com

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    1. Obrigada, Mari! :)) Eu ainda não li A Volta ao Mundo em 80 dias, acredita?? Mas tá na minha listinha de livros a serem lidos antes do fim do mundo! hehe...

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  2. Que pena que o autor não aprofunda melhor o problema que o protagonista tem. A Síndrome de Asperger já há um ano é considerada apenas mais um nível de autismo e só isso já demonstra o quanto ela pode ser grave, ainda mais no que concerne à questão do convívio social. Teria sido mesmo muito bacana se o autor tivesse dado um enfoque maior a essa questão!

    http://portugues.free-ebooks.net/ebook/O-Projeto-Rosie
    (para quem quiser ler no seu nook)

    boas leituras!

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