A
primeira coisa que me chamou atenção nesse livro foi, sem dúvida, a capa –
super fofa!* Passa uma vibe de uma
história leve, divertida, descontraída... E o texto da quarta capa, muito bem
elaborado, me conquistou. Daí, aproveitando uma promoçãozinha do submarino,
acabei comprando o livro.
Sinopse:
Perto
de completar 40 anos, o peculiar professor de genética Don Tillman havia
desistido do amor. Para acompanhar sua rotina severamente cronometrada, com
esquema de refeições padronizadas, um cronograma para a execução de cada
compromisso e lidar com sua falta de habilidade social, só mesmo a mulher
perfeita. E ele já sabe como encontrá-la. Ou pelo menos acha que sabe. Ele
desenvolve o projeto Esposa Perfeita, um questionário meticuloso que irá
ajudá-lo a selecionar candidatas adequadas a seu estilo de vida, mas quando Don
conhece a jovem Rosie ele descobre que nem tudo na vida pode ser programado...
E que o amor pode, de repente, vir a seu encontro.
Então,
o personagem principal, Don Tillman, é um cientista e professor de genética de
alto nível numa universidade renomada da Austrália, mas é cheio de manias e
esquisitices. Ele não é simplesmente metódico, ele chega a ultrapassar o limite
do que seria aceitável como algo normal e beira a maluquice. Logo no início do
livro a gente já consegue perceber que tem alguma coisa estranha com ele. Pra
mim, ou ele tinha síndrome de Asperger (uma espécie
mais branda de autismo, você pode ver mais sobre isso aqui) ou algum tipo de esquizoidia (sobre as características de um indivíduo
esquizoide aqui). Na real, me lembrou MUITO o
Sheldon, do Big Bang Theory! E, com isso, é claro que ele comete um trozilhão
de gafes sociais! Além de ser bizarramente metódico (no nível de comer
exatamente uma mesma refeição a cada dia da semana, e seguir precisamente a
programação e horários mega rígidos que tem anotados em uma lousa em casa), ele
erra o dress code e não se veste apropriadamente conforme a ocasião, ele
não entende sutilezas nem ironias, ele tem dificuldade para compreender os
sentimentos de terceiros... Enfim, ele é todo enrolado quando se trata de
relações interpessoais.
E um
belo dia, ele percebe que já está se aproximando dos 40 anos e tal, e conclui que
está chegando a hora de se casar... Só que, depois de alguns fracassos tentando
conhecer alguém através dos métodos “normais”, Don fica boladão e decide
resolver o problema do jeito mais eficiente (segundo ele): listando as
características que ele requer numa esposa e bolando um questionário pra
filtrar as pretendentes. É nesse momento que a Rosie – que praticamente
contraria todos os itens da lista de qualidades do Don - aparece de um
jeito meio abrupto na vida dele e os dois acabam se engajando numa busca pelo
pai biológico da moça, coletando e testando secretamente o DNA de diversos
possíveis genitores. E, nesse contato com a Rosie, que é seu extremo oposto, o
Don vai tendo vários “choques de realidade”...
Não
posso contar mais sem dar spoiler, mas posso dizer o seguinte: é uma
leitura levinha e que flui bem rápido, e é agradável pra passar o tempo, mas eu
achei que o potencial da trama não foi explorado como poderia. Em alguns
momentos, tive a impressão de que o autor deu uma corrida com a história, e
certas coisas acabam parecendo um pouco apressadas. Também não é TÃO engraçado
quanto eu esperava, mas não deixa de ser um livrinho divertido.
E aí
tem um detalhe: No final do livro, na parte de “agradecimentos” o autor explica
que a história foi inicialmente desenvolvida numa oficina de redação/curso
para autores de uma Universidade X (no momento não lembro exatamente qual, mais tarde checo direitinho no livro e atualizo) e depois foi super mexida, ao longo de 2 anos,
chegando a ser passada pra formato de roteiro de filme antes de finalmente se
concretizar nesse livro que foi publicado. E aí - pode ser preconceito meu, mas
acho que quando uma boa história já vem pronta do início, ela tem mais chances
de sucesso do que quando é muito mexida e muita gente dá pitaco, porque eu acho
que, com isso, ela corre o risco de acabar se afastando um pouco da essência
original. Mas essa é só a minha humilde opinião, enfim...
No
geral, eu não diria que é um livro ótimo, mas também não é ruim. É bonitinho,
divertidinho, bonzinho. Se tivesse que classificar, daria 3 estrelas pra
ele.
* PS: Procurando uma imagem de capa pra colocar aqui, acabei
esbarrando por acaso nessa aí do lado que não consegui confirmar a
nacionalidade (se é a original, australiana, ou a americana...), Mas olha como
também ficou uma lindezinha :)
Adorei sua resenha! E esse Don todo metódico me lembrou o Fogg de A Volta ao Mundo em 80 Dias que é bem assim. Fiquei com vontade de ler, mesmo com essa coisa louca de achar pai biológico coletando DNA secretamente. haha
ResponderExcluirBeijos, Mari.
papersblood.com
Obrigada, Mari! :)) Eu ainda não li A Volta ao Mundo em 80 dias, acredita?? Mas tá na minha listinha de livros a serem lidos antes do fim do mundo! hehe...
ExcluirQue pena que o autor não aprofunda melhor o problema que o protagonista tem. A Síndrome de Asperger já há um ano é considerada apenas mais um nível de autismo e só isso já demonstra o quanto ela pode ser grave, ainda mais no que concerne à questão do convívio social. Teria sido mesmo muito bacana se o autor tivesse dado um enfoque maior a essa questão!
ResponderExcluirhttp://portugues.free-ebooks.net/ebook/O-Projeto-Rosie
(para quem quiser ler no seu nook)
boas leituras!